CULATRA UMA ILHA COM FÉ EM Na.SRa. E NOS HOMENS POR MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA

Mais do que as palavras, as imagens da procissão da Nossa Senhora dos Navegantes da Ilha da Culatra, feita de barco através de um cortejo de embarcações de pesca e recreio que enchem a Ria Formosa no trajeto entre o núcleo da Culatra e Olhão, onde se vai encontrar com a Nossa Senhora do Rosário, mostram todos os porquês das diferenças entre a comunidade piscatória culatrense e outras. Até arrepia, tal é a fé dos culatrenses pela sua (nossa) Na Srª dos Navegantes, protetora de todas as tormentas, piscatórias e familiares da Culatra.

No passado domingo, 4 de Agosto as festas da Culatra atingiram o auge. Logo pela manhã a tradicional corrida de barcos a remos levou milhares de culatrenses e visitantes às margens da Ria Formosa para verem as cinco embarcações (com quatro remadores) lutarem de forma renhida pela vitória. A lancha “Homens da Luta” bateu-se galhardamente com a “Nª Srª dos Navegantes” e, quase em cima da linha de meta, arrecadou a vitória. Um espetáculo dentro e fora das águas da Ria Formnosa.

Depois do Almoço (14h30) está sempre reservada a emoção de todas as emoções. Bandeiras multicoloridas, onde nunca falta a Bandeira Nacional, enfeitam a maioria dos barcos (de pesca e recreio), cheios de familiares e amigos. As águas calmas da Ria Formosa agitam-se numa ondulação equiparada a um mar revolto por qualquer tempestade, tudo provocado pelas muitas dezenas de embarcações que se aglomeram em procissão, todas atrás da traineira que transporta a Na Sra dos Navegantes, levada até Olhão, onde vai buscar,  até à Culatra, a Na Sra do Rosário de Olhão, onde os culatrenses continuam a ter a maioria das sua raízes, laborais e familiares, apesar da Culatra pertencer, territorialmente, a Faro. Até por isso foi visível nos festejos a presença do edil de Faro, Macário Correia, bem com dos candidatos do PS (Paulo Neves) e PSD (Rogério Bacalhau).

O cais T da Cidade da Restauração foi, mais uma vez, pequeno para tanta gente. Com gritos, no cais e nos barcos, de “viva a Na Sra dos Navegantes”, dezenas de lenços acenam em sinal do fervor pelas santas. A Banda Filarmónica 1º de Dezembro, de Moncarapacho, executa músicas que transmitem alegria, afinal, idêntica à alegria de viver, apesar de todas as lutas (no mar e em terra por melhores condições de vida), da comunidade piscatória da Culatra.

Já na Ilha, as imagens são transportadas até ao largo frontal à Capela da Nossa Senhora dos Navegantes, é celebrada a Eucaristia, presidida pelo pároco de Olhão, Padre Luís Gonzaga, seguida de procissão pelas artérias da Culatra, que termina com o sermão ao recolher da procissão, logo seguido do transporte de regresso da imagem de Nossa Senhora do Rosário para Olhão.

Manuel Luís (t e f)